quinta-feira, 1 de maio de 2008

A menina Isabella

É verdade, a menina Isabella só tinha 5 anos quando foi cruelmente jogada da janela do quarto dos seus irmãos paternos. É de fato um absurdo alguém ter coragem de fazer isso com uma criança inocente e indefesa. Pessoas dizem que foi a madrasta, pessoas dizem que foi o pai, outras acreditam que realmente alguém entrou na casa e a jogou.
Mas pra mim, pouco importa quem foi.
O que importa pra mim e a alienação que sempre está presente na nossa sociedade que não consegue viver sem pensar no caso Isabella.
Não quero ser fria, e nem fazer com que achem que eu pouco me importo com a vida da menina, quero mostrar que eu considero o caso dela tão grave quanto o caso do menino que foi esfaqueado na frente do pai por um assaltante no Rio de Janeiro.
Mas é normal mesmo que eu não saiba o nome do menino, e mais natural ainda que alguns de vocês nem saibam desse caso, afinal ele foi sufocado pelas notícias do caso Isabella.
Ficaria mais surpresa se eu soubesse que não estamos em ano de eleição, e se não estivessmos ficaria pelo menos um pouco feliz de saber que a justiça no Brasil não é cega, e a polícia funciona, afinal a mídia mostra todos os dias progressos nas investigações. Mas é fato, em ano de eleição é o mínimo que poderíamos ver.
E a morte da menina veio a calhar. Substituiu o Big Brother em grande estilo e ainda mostra algum serviço rápido da polícia e da justiça brasileira. E melhor que o Big Brother, distribui a audiência entres as redes de televisão, e você nem precisa de PayPerView pra acompanhar na integra todos os passos dos investigadores.
Sim me choca pensar que pode ter sido o pai da própria menina que a jogou. Mas me choca muito mais ver missas pra menina e ver pessoas visitando o seu pequeno túmulo, enquanto várias crianças morrem em situações até piores, são estupradas pelos seus familiares e se prostituem (não só no Nordeste) com a mesma idade da Isabella.
As vezes tenho a impressão de ter mais nojo de ligar a televisão (o que acontece rarissimas vezes) e ver mais uma vez o caso Isabella, do que imaginar que foi o pai dela que a matou.
Acho que já falei o que queria. Se alguém ainda lê isso aqui, comente se quiser.






Melissa